Por Sandra Alves MEU PRIMEIRO BEIJO
É difícil acreditar,
mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem?
Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos
exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse
assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim... Não sei se numa
aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares
de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar. No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar. No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
Antonio Barreto
Plano de aula
Plano de aula
Sequência didática
·
Fazer um
levantamento dos conhecimentos prévios do aluno no que diz ao título do
texto em questão;
· Estratégias
de leitura: 1) Leitura em voz alta feita pelo professor; 2) Leitura feita
pelos alunos, cada um pode ler uma parte;
·
Discussão
oral sobre as expectativas de leitura, compreensão textual, provocação do
professor para que o aluno reconte com suas próprias palavras;
·
Pesquisa
no dicionário, caso o aluno não identifique a palavra dentro do contexto;
·
Ilustração
onde o aluno possa construir a personagem Pedro no início e no final da crônica
com o objetivo de levá-lo a pensar sobre suas expectativas de leitura;
·
Atividade
gramatical: pedir aos alunos que localize no texto palavras que nomeiem
coisas e seres, com o objetivo de fazer com que o aluno construa o conceito de
substantivos comuns e próprios e compreender o que os diferencia;
· Pesquisa
extraclasse: pedir aos alunos que
realizem uma pesquisa sobre o aeroporto em questão “Galeão”: 1) Onde se
localiza; 2) Quando foi construído? 3) Qual a sua importância para a cidade em
que está localizado? 4) Curiosidades;
· Produção
escrita: pedir aos alunos que continuem essa crônica contando o que poderia
acontecer caso Pedro não tivesse partido.
Bibliografia:
http://brincandodefazdeconta.blogspot.com.br/2013/06/situacao-de-aprendizagem-meu-primeiro.html
Melhor Gestão / Melhor Ensino
Proposta Pedagógica do Estado de São Paulo.
Barreto, Antonio. Meu Primeiro Beijo. Balada do Primeiro Amor.São Paulo; FTD, 1977. p. 134-6
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